Em preto e branco
O luzidio do Sol,
Na brisa do alvorecer,
A vermelhidão do céu
Quando o dia escurecer,
O silencioso breu da noite,
O arco-íris no cessar da chuva...
Quiçá, o composê do inverno,
As neves, as geadas
O branquecer dos campos
As frias madrugadas...
No abrir e fechar janelas
A Natureza em multicores
A vida em sua aquarela...
Quando não, do preto e branco,
Faz a tela da virada e, ressurge
No rosáceo pessegueiro em flor,
Na Primavera com seus matizes coloridos,
Lilases, brancos, ipês amarelecidos,
E, em verdes tapetes campinos.
Ah, esses também desbotam...
Nada é para sempre!
A cor esmaece,
É da vida a efemeridade!
Em preto e branco, ou em cores mil, tudo evanesce...
Em preto e branco, escreve o poeta, a palavra sobre o papel,
E, em preto e branco, somente sua poesia permanece,
A vida segue a girar, entre cores e versos,
Em singular carrossel...