Vinho da Poesia

não vou me deixar

resvalar nas sombras ou nas valas

as lágrimas escorrerem

da alma a consolar os tristes rios

na solidão morna

quero deslizar livre, suave

como fosse um poema

escrever notas em compasso

nascer como a lua

morrendo nos braços da noite

o relógio, o tempo ,tudo me foge

não consigo imaginar o céu

a cantar, rolar em nuvens estreladas

negando-me ar aos pulmões

apagando as letras que em mim sagram

geradas vivas das entranhas

não quero ser escrava dos ventos

nem de vãs palavras

que destroem a harmonia do universo

prefiro voltar a escorrer em rios

e simplesmente

embriagar-me no vinho da poesia

18/12/06

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 18/12/2006
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