Vinho da Poesia
não vou me deixar
resvalar nas sombras ou nas valas
as lágrimas escorrerem
da alma a consolar os tristes rios
na solidão morna
quero deslizar livre, suave
como fosse um poema
escrever notas em compasso
nascer como a lua
morrendo nos braços da noite
o relógio, o tempo ,tudo me foge
não consigo imaginar o céu
a cantar, rolar em nuvens estreladas
negando-me ar aos pulmões
apagando as letras que em mim sagram
geradas vivas das entranhas
não quero ser escrava dos ventos
nem de vãs palavras
que destroem a harmonia do universo
prefiro voltar a escorrer em rios
e simplesmente
embriagar-me no vinho da poesia
18/12/06