"AGORA"
AGORA...
( 17. 10. 1985 )
Agora,
depois das chuvas...
Recolho sobras da tempestade,
- gestos incompreensíveis –
olhares dissimulados...
Palavras desconexas
caídas na calçada.
Agora,
depois do vento...
Sinto a nudez da árvore desfolhada.
Nunca tanto me expus,
nunca me fiz tão desarmado.
Agora,
depois do vento...
Resta-me procurar pelos cantos,
o RÉ que possa ser tocado.
Agora,
tudo esta mais calmo...
Um ar seco corre indiferente
enxugando meu coração.
Agora,
depois do vento,
Quem passou deixou pegadas...
Assim é, assim será!
Pois nada passa em vão.
Ronaldo Trigueiros LIMA.