Lá fora a chuva persistente molha
A tudo que lhe vai pela frente ou por baixo!

Eu, trancado em meu quarto que também
É meu escritório ou minha fábrica de poemas,
Sinto o cheiro da chuva, ouço a música da chuva,
Pela janela, vejo a chuva, a chuva inunda todo o meu ser!

A música da chuva no telhado é como um estranho piano
Sendo dedilhado! Essa orquestra molhada torna-me introspectivo,
Sinto um desejo de desvendar, da vida, todas as verdades
Pensadas e não pensadas: filosofia, religião, ciência, vida, morte,...
Qual será nossa sorte? Mistério, mistério, mistério,... Isso é sério!

Já me disseram que não vale a pena esse esforço em queimar pestana,
Também, já disseram que “o ser humano é um animal que pensa”!
Então, no próprio pensar o homem deve encontrar recompensa!

Certo que esta minha ânsia em desvendar mistério,
Devo moderá-la senão vai acabar trazendo-me um problema sério!
“Há mais mistério entre o Céu e a Terra, que em minha vã filosofia...”

Mas, que interessante a chuva... será que já sabem tudo sobre ela?
Não, não vou questionar a chuva, quero apenas vivê-la intensamente!
Vou lá fora tomar banho de chuva, viver uma intimidade com ela...
Sem pensar de onde vem, pra onde vai... só quero senti-la cair sobre mim!



 
Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 11/09/2011
Código do texto: T3212761
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.