O QUE SINTO

Dizem que em minha arte

Não há sol nem alegria

Que são silenciosos gritos em noite fria

Uma angustia febril que se debate

Que me refugio nos padrões

Que sinto dor ante o fascínio

Que sou Apolo sonhando ser Dionísio

Buscando luz na escuridão

Que há em meu lúgubre cenário

Um prazer pelo grito aprisionado

No meu próprio peito naufragado

Dilacero sonhos visionários

Mas o que posso fazer

Se escrevo o que sinto e vejo

Se transbordo de agústia e desejo

Se na vida é de dor o prazer.