O LOBO DA MADRUGADA
Estás sós, foge-te o sono na madrugada...
Um uivo de lobo indócil corta as horas antes da alva.
À caça!
Saciar a fome.
Rechear o vazio dos instintos.
O animal uiva agudamente, agita-se!
O som confunde-se com o vento.
Bate nas janelas.
Treme as vidraças.
Agita o sangue.
Geme entre os lábios ressequidos
O macho gregário e lúbrico.
A alma debate-se em delírios.
O corpo embrenha-se na mata de desejos.
O lobo pardacento uiva e geme,
A alma loba inquieta uivaaaaaaa,
Seta de lamentos que atinge o cerne de ti.
As uivadas espantam-te o sono...
Desterrado, bêbado, desentendido, só...
O tédio dos tetos, corpo e telhados.
A solidão é um animal pardo
nas noites sem companhia.
Kathleen Lessa
Noites Brancas do Ser: O Lobo da Capoeira
Há quem se identifique com aquele lobo da capoeira;
Há quem se deixa trancar com as próprias cadeias;
Há uma fuga que não rompe a barreira do teto branco;
Há um uivo das carnes sequiosas;
Há um clamor lânguido de sexo mal aplacado;
Há um objeto de desejo que se conjura na mente
Mas apenas escoa na mão sôfrega;
... Há... há... há...
Há um riso insano que transfigura a face;
Há essas presentificações das noites brancas do Ser...
... Está claro que há!
Carlos, o araguariano.
Carlos Rodolfo Stopa
Estás sós, foge-te o sono na madrugada...
Um uivo de lobo indócil corta as horas antes da alva.
À caça!
Saciar a fome.
Rechear o vazio dos instintos.
O animal uiva agudamente, agita-se!
O som confunde-se com o vento.
Bate nas janelas.
Treme as vidraças.
Agita o sangue.
Geme entre os lábios ressequidos
O macho gregário e lúbrico.
A alma debate-se em delírios.
O corpo embrenha-se na mata de desejos.
O lobo pardacento uiva e geme,
A alma loba inquieta uivaaaaaaa,
Seta de lamentos que atinge o cerne de ti.
As uivadas espantam-te o sono...
Desterrado, bêbado, desentendido, só...
O tédio dos tetos, corpo e telhados.
A solidão é um animal pardo
nas noites sem companhia.
Kathleen Lessa
Noites Brancas do Ser: O Lobo da Capoeira
Há quem se identifique com aquele lobo da capoeira;
Há quem se deixa trancar com as próprias cadeias;
Há uma fuga que não rompe a barreira do teto branco;
Há um uivo das carnes sequiosas;
Há um clamor lânguido de sexo mal aplacado;
Há um objeto de desejo que se conjura na mente
Mas apenas escoa na mão sôfrega;
... Há... há... há...
Há um riso insano que transfigura a face;
Há essas presentificações das noites brancas do Ser...
... Está claro que há!
Carlos, o araguariano.
Carlos Rodolfo Stopa