e que ninguém me venha com essa
de que ser poeta é bobagem,
filosofia
sensibilidade doentia, tristeza, apatia
e daí?
pobre de quem veste pele de jacaré
transbordando lágrimas por não ter tido
e sentido paixão, ternura, rebuliço
mas,
riso colado na cara
palavras semitonadas para disfarçar
o eco
do grito preso e amordaçado
amarrado no cepo da prisão emocional
sou aderentemente leve
despudoramente clara , de
alegria solta e muitas vezes
melancólica
por que não?
que meu jeito de ser seja tolerado
porque metade de mim é saudade
e a outra metade também
¨¨*¨¨*¨¨*¨¨
Lembrando a canção:
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
(Osvaldo Montenegro - Metade)