IMPROVISOS E OUTROS FEITOS

IMPROVISOS E OUTROS FEITOS

Falo de improviso

Mesmo sem saber o que

Nada é muito certo

Autêntico, direto ou preciso...

Falo pelos cotovelos

Mesmo de boca fechada

Ou pensamento aberto

Usando minha tara pela fala

Pra não ser descoberto...

Falo de forma desconexa

Mas com palavras bem usadas

De Eruditas a rebuscadas

Na fala mansa e pausada

No viés entre a singular letra

E a que soa bem e complexa...

Falo do meu certo e de tal errado

Pois não cabe a mim conjecturas

E nem a ninguém fazer o julgamento

Por todos os portos e amarguras

Torto e precipitado seria o momento

De acender a fogueira da Fritura...

Mais do que falo, eu faço

Antes do que ouço, eu berro

Por onde dói o calo, eu chuto

Por a donde vai o grifo, eu pinto...

Pois somos feitos para o improviso

Mal torneados e cheios de pontas soltas

Sem grande moldagem ou belos efeitos

Somos faltas de modos e de coragem

E carregados de sonhos insuspeitos

Ainda que seja a vida tão insólita paisagem

Somos em sendo ou não tão perfeitos...

Somos nossos ‘Sins e Nãos’

Já que de nossas improvisações

Somos os bons e maus feitos

Vamos da altives dos ‘sem noção’

Até a pequenez que nos corrói a alma

Com toda a força e falta de um norte

Já que pelo que improvisados somos

Fomos aqui nesse mundo

Jogados a própria sorte...

Arqueirorj
Enviado por Arqueirorj em 09/09/2011
Código do texto: T3209550
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