O que me resta?
Onde está o tempo que foi do tempo que fui?
Para onde correu o tempo que foge por minhas mãos enrugadas?
Quem roubou o tempo que marcou meu rosto?
Onde está a inocência que há pouco no colo dormia?
Onde se escondeu a menina que no balanço do quintal cantava?
Cadê a garota vaidosa de batom rosado e pele aveludada?
Ei, por acaso é o tempo que me espreita logo ali?
Na frente, ri do pouco que me falta.
Atrás, mostra o tudo que já foi.
Ao lado, anda lento, arrastado e... dói.
É o tempo...
que insiste em passar
levando a vida
que um dia pensei que fosse minha.
Autora: Luciane Mari Deschamps