Um sombrero num canto de mim
Um gordo mexicano sentado no bar
Tem um copo de tequila como companheiro.
Vez ou outra mira o dono, Salazar.
Bebe, vai e volta do banheiro.
O sombrero impede a vista,
E ninguém vê a bainha vazia.
Embaixo da mesa, a faca arisca
De uma sede que nunca se sacia.
Vê uma briga de perros
E uma rameira indecente.
Los mira a todos en los ojos
E cospe saliva em cera quente.
No meio de tudo, um mariachi
Fere as cordas que gemem.
Fica a cena um total disparate,
Melodia das faces que fendem.
Num canto de mim, tudo isso
E o gordo não liga, não bole.
Enquanto a desordem me toma o tino,
Ele diz: Salazar, mais um copo,
Mais um gole.