AVESSO DOS TEUS OLHOS
Sou o inverso do que você me vê,
O corpo cansado do entardecer.
A palavra profana que vem de você,
Sou a mão que vem te suster.
Sou o que nem sei quem sou,
Mas você me faz como queres.
Homem perfeito que você desenhou,
Mas o que deseja não lhe destes.
Sou a imaginação da tua mente,
Forte homem sem medo.
Mas sou frágil do coração carente,
Em busca de paz de ledo.
Não sou aquilo que esperam
Sou o que sei que sou,
Mas para outros sou quimera
Que espeta os olhos que invejam.
Sou o avesso dos teus olhos
Que me vê alegre risonho.
Sou do trigo os restolhos
Encrostado por solo tristonho.