AVANTE

Quando a injustiça vier bater a tua porta

com sua adaga afiada abrindo-te a ferida,

mouca a ameaçar-te a integridade da aorta

e tu sangrares numa angústia enlouquecida...

Se te marcarem com a cruz do desrespeito

em farpas finas, cacos, vidros triturados

a retalharem pensamentos torturados,

chorando a morte tão cruel do teu direito...

Quando teu mérito, jogado pelo ralo,

virar esgoto da brutal, torpe arrogância

de poderosos que te tratam tal vassalo

e te tornares o dejeto da ganância...

É só jogar o dó ao mar de fel distante,

sugar, à plena força, o ar, seguir adiante!

(Primeira publicação em 28 de outubro de 2010).

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 08/09/2011
Reeditado em 12/09/2011
Código do texto: T3207310
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