Ah! Os poetas!
Ah! Os poetas! Quem são os poetas?
Que transformam o tempo,
Pintam pensamentos, modificam momentos,
Dão vida a uma pedra na beira da estrada
Que sozinha e calada chora sua dor,
Talvez por invejar um pássaro que voava,
Brincando livre, no verso do poeta.
Quem são eles que zombam da saudade
E entre lágrimas e risos confundem a dor,
Chamam a solidão e nela fazem rastros
Como se fossem caminhos em que ele brinca
De esconde-esconde com ele mesmo
E com o homem que é. Quem são esses poetas?
Que criam flores como se fossem crianças,
Invadem corações como se cada um lhes pertencesse.
Ah! Esses poetas e suas poesias!
Tão frágeis, tão delicadas, tão eternas,,
Será que são eternas por serem sutis
E assim dobram o tempo? Ou será que são eternas
Por serem... por serem... apenas poesias?
Poesia, palavras soltas que soltas seriam
Não fosse o poeta saber conquista-las,
E pra ele, tona-las passivas e saber coloca-las
Num lugar que só ela pode ocupar, como única,
Naquele lugar que a poesia lhe deixa ficar.
Quem são eles que brincam com o mundo,
Se fazem de rei ou de vagabundo,
Descobrem caminhos nunca percorridos
E se o cansaço lhes toma se deitam no tempo
Pra poder descansar. Fabríca seus sonhos
E se põe a sorrir se é preciso chorar.
Quem são esses poetas que choram suas dores
Fingindo que é dor alheia?
Ou será que choram a dor alheia
Fingindo que é a dor que sentem?
Quem são esses poetas... Quem são?
Esses poetas? ... são apenas gente.