Fotografia

Pálida luz clareia meus aposentos

Fixando uma penumbra que esconde o mar,

Da janela contemplo a fúria com que o ar

Sopra malogradas esperanças e não me contento.

Um sorriso triste destempera minha face

Enquanto mortalhas rasgam o céu deserto,

No silêncio ensurdecedor adormeço e desperto,

Navegando na inconsciência do meu inexpugnável cárcere.

Os miasmas que se vestem de negro transplantam emoções

Densificando uma opulenta nau vazia de sensações

E corrompendo a felicidade que dormita no espaço...

De repente um fogo que queima em agonia

Converte em cinzas melodramas que desenham fantasias

E a realidade é a derradeira imagem desse inesquecível retrato!

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Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 07/09/2011
Código do texto: T3206087
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