DEDICATÓRIA
(Mário Quintana)
Quem foi que disse que eu escrevo para as elites?
Quem foi que disse que escrevo para o bas-fond?
Eu escrevo para a Maria de Todo o Dia.
Eu escrevo para o João Cara de Pão.
Para você, que está com este jornal na mão...
E de subito descobre que a única novidade é a poesia,
o resto não passa de crônica policial - social - política.
E os jornais sempre proclamam que "a situação é crítica"!
Mas eu escrevo é para o João e a Maria,
que sempre estão em situação crítica!
E por isso as minhas palavras são quotidianas como o pão nosso de cada dia,
e a minha poesia é natural e simples como a água bebida na concha da mão.
No capítulo de hoje (16/12) de Páginas da Vida,
uma das personagens lia um livro de Mario
Quintana e o comentava com o pai. Ótima a
alusão a um dos nossos mais queridos poetas.