Uma meta-ilusão
I – Uma última jura
Sei que a dor e o sofrimento
Findar-se-ão.
Por você, por mim, por nós,
O céu escurecer-se-á.
O depois, esquecer-lo-emos.
Como é triste, massacrador,
Olhar o relógio e ver o tempo parado,
E sentir este maldito rancor;
Ir sem seus abraços,
Nunca mais lhe fazer
Uma jura de amor.
II – Uma meta-ilusão
Minhas lágrimas são feitas de sangue,
por virem de dentro
do meu coração.
Minhas lágrimas são feitas de ar,
por driblarem meus pulmões.
Minhas lágrimas são perdidas de razão;
Minhas lágrimas são consequências,
de uma resignação.
III
Um metrô vazio e solitário.
Ruas sombrias e escuras.
Amores descomprimentados,
Desencontrados em noites injustas.
IV
O tempo, meu bem, tão ultraje,
tão veloz; voraz, e tão pouco
dentro da vida curta.
Eu, pobre mortal, deixo-lhe
uma poesia atemporal;
real na inexistência da minha angústia.
V
Você foi, mas ainda volta
e ainda permanece frígida.
Eu, sempre gélido, conforme
dentro da solidão
de uma sala cheia
de pessoas vazias.
VI
Pequena, por que duvida do meu Amor
se lhe mostrei; dei-lhe
uma cerca, um porto seguro;
o nosso refúgio no escuro?
Então por que não confia em mim
nem em si, e deixou
chegarmos ao fim?
Branquinha, você preferiu a incerteza,
O medo; a paranoia do futuro.
Deu-me uma única chance,
e não pude te conquistar a fundo.
Perdi-me sem sutilezas,
nesse Amor de relance,
e reinou em mim, um ser inseguro,
receoso, que não sou. Não sou!
Meu bem, veja: eu te amo.
Quero fazer-te feliz, mas,
onde está você, neste tempo brando?
Agora olho para trás,
e vejo o passado voltar,
tentar para o presente.
E mesmo que eu venha acabar
em seu coração... Não tente.
Amor, não me esqueça, volte para mim.
Tanta dúvida coube a ti.
Deixe-me decifrá-la, ajuda-la
a encontrar a resposta.
Vamos tornar o agora, assim
diferente. Vamos embora,
Seremos nós, no esquecimento,
na solidão do Amor eterno.