Alma adormecida

- Quanto de onisciente tem essa tardinha anoitecida...

Acolhendo a voz que a luz na sombra agita.

Adornando eternidade sobre imagens

Tão leves tão febris e tão fugazes.

Sonhar com efeitos de rubi.

Coletados do néctar volátil.

É fruto bondoso desse onirismo prático.

Transforma inverno desflorido

Em sutil lugar para um suave abrigo.

Dorme.

Dorme rua, dorme esquina...

A escuridão acende luzes na alma.

Tanto ao sonhar respira em sonho

O mais completo aluno

Feliz por decifrar tantos mistérios.

Na eterna vida de tão ternos anos.

De onde nascem rios... Mares...

Marés... Espaços adormecidos...

Espetáculos de suma alegoria.

Barcos enamorados pelo cais

Divididos ondulando apegos

Das ternuras e dos ais...

Ó luar verde, verde.

Gramaticalmente verde.

Verborragicamente azul...

Lázuli.

Para o luar verde, verde.

Dorme alma perdida

Na sombra que não é sua.

Dorme entreouvindo

O surgimento das cores

Na fosforescência das flores.

Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 05/09/2011
Código do texto: T3202119
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.