ENFADO
Nos últimos voares de ilusões,
perdi as minhas asas, os meus prumos...
Fumaças de venenos, crassos fumos
aos giros da verdade em turbilhões...
Matando minhas fomes, escorpiões
dos egos, suas sanhas, cegos rumos...
Sugando amargo suco, féleos sumos,
eu piso em estertores das paixões...
E o instinto de viver, nos dias longos
de enfado e insuportáveis pernilongos,
penetra-me nos poros, lancinante...
E atinge meus sentidos bobos, bambos,
vestindo-lhes retalhos e mulambos
para aguentar o sol dilacerante.