Enguia

Criatura imprevisível, arredia

Serpenteia e se enrosca, finge-se de morta

Fecha os olhos para não ser traduzida

Faz-se de induzida, deita de bruços

Parece sonhar, disfarça e geme

Convida e treme

Lambe os lábios de prazer

Fecha portas e janelas

Encolhe-se friorenta

Pensa que não te conheço

Que não adivinho teu pensamento, o que tu queres dizer

Que perda de tempo

Eu bem sei quem tu és

Enganas o mar

E todos os marinheiros

Cantando como sereia

Sob o reflexo nas águas

Da lua cheia em agonia

Tu, Poesia

taniameneses
Enviado por taniameneses em 05/09/2011
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