O que te aprisiona

Venha,

Beije minha boca

E

Descubra meus

Mistérios no amor

Sou intensa

Sou instinto

Sou...

Quem nunca

Deixou os restos

De si,

Ou do outro

No chão?

Quem nunca

Só pensou

Em se divertir

Por si?

Quem nunca só quis

Por prazer ir

Até o paraíso?

Quem nunca se

Confundiu ao escolher

Uma companhia?

Quem nunca se jogou

No precipício

Embriagado pela emoção

De uma paixão?

Quem nunca

Causou a si mesmo

Ou causou a outrem

Confusão?

Quem nunca teve

Expectativas irreais

Por alguém?

Quem nunca se

Deu demais

Sem nada receber

Além de promessas?

Quem nunca se

Viciou numa

Armadilha passional?

Quem nunca se drogou

Com remédios

Para se curar das

Dores de uma paixão

Causada pela excitação?

Quem nunca sofreu

Para aceitar uma perda?

Quem nunca encarou

Uma terapia pra se livrar

De um relacionamento

Equivocado?

Quem nunca viveu uma

Separação?

Quem nunca mentiu

Quem nunca omitiu

Se traiu

Ou traiu?

Quem nunca

Culpou-se

Quem nunca

Renunciou

A atração?

Quem nunca

Colocou nas mãos

Do outro

A própria felicidade?

Sendo a Felicidade

Um estado de espírito

Instantâneo

Espontâneo

Universal

Um imensurável

Encantamento

Quem?

Responda pra você!

Quem nunca

Teve receio

Ou vergonha

De se mostrar

Frágil pro outro?

Quem nunca

Se deixou penetrar

Num nevoeiro

Onde não havia

Nada que pudesse ver

De verdadeiro?

Senão apenas sentir

Tão profundamente,

Tão desesperadamente

Até desfalecer o próprio ser

De esgotamento?

Pra depois se

Desestruturar

Descer o túnel

E num buraco negro

E escuro se abrigar,

Até a dor do que “era”

Ou do que “foi” bom passar?

Quem nunca se

Desmantelou de saudade

De pensar, de sentir a falta

Sozinho ou sozinha, sofrendo?

Quem nunca desejou não

Ouvir o próprio gemido,

O próprio lamento

Depois de um

Rompimento?

Quem nunca seduziu

Ou se deixou seduzir

Pelos sentidos

Em algum momento?

Pra depois ouvir o

Silêncio ou os ruídos

Do pensamento?

Quem nunca desejou

Que a atração sexual

Não tivesse acabado?

Só mesmo quem nunca

Viveu uma paixão intensa

Meio doença

Só mesmo quem nunca

Amou de empreguinar.

Quem?

Pergunte,

Responda pra você mesmo!

Desde sempre, somos tão semelhantes quando nos deixamos envolver, quando envolvemos. É tudo tão incerto, nada é previsível, nada é pra sempre, não existe eterno. Não existe pecado, não há certo e errado, quando se quer viver uma paixão, quando se quer do amor receber prazer. Tudo é prazer, tudo no ser humano é por prazer. Faz parte do viver, que se assemelha. É fascinação o amor, é devorador ao coração a paixão, a vida quis assim. O amor ou a paixão só acontece para quem estiver preparado ou pronto para sentir medo e perder. Essa realidade é de todo ser. Todos somos “corpos” insustentáveis até morrer. Até aqui neste momento, na linguagem dessa poesia, posso ser quente como o Sol, desejo e fantasia, em plena harmonia. A paixão, o amor, vem e vai comigo, contigo, seja onde for. Todos somos amor, com prazer!

*Inspirado no livro A Insustentável Leveza do Ser.

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 04/09/2011
Reeditado em 10/09/2011
Código do texto: T3200795