Fonte de amor
Esther Ribeiro Gomes
‘Deixa-me fonte, dizia a flor a chorar,
eu fui nascida no monte, não me leves para o mar...
E a fonte sonora e fria, cantava, levando a flor...
As correntezas da vida e os restos do meu amor,
resvalam numa descida, como a da fonte e a da flor...’
(Vicente de Carvalho)
Outrora, dessa fonte eu bebia,
e me embriagava nos versos de amor,
mas a fonte levou para longe a alegria,
legando-me apenas tristeza e dor...
Ah, fonte, outras águas haverão de passar
e novos tempos irão chegar...
Aprendi a ter fé e perseverança,
cada dia renovando a esperança,
para a felicidade conquistar!
Assim como águas passadas não movem moinho,
outro amor encontrarei neste caminho,
que as águas da fonte não irão levar!
E a flor desse amor trazido pelo vento,
perfumará de alegria esse novo tempo,
que a eternidade irá imortalizar!