RECONSTRUÇÃO*
No ponto
-um ponto qualquer
-um simples ponto
-um ponto no canto
dos planos da parede do quarto
-calabouço-
-cala a boca-
Põe-se a observar
-uma observação qualquer
-uma simples observação
-uma observação por não
ter nada a fazer
-só pensar no delito-
-a pena de ali estar-
-como todo condenado, jurava inocência-
Para contar o conto,
ainda que um quarto
de todo canto.
-poderia ser um terço qualquer-
-um rosário de conta de lágrimas-
Já que se tem que refazer
As paredes de toda casa
De canto a canto
De conto a conto
De ponto a ponto
-poderia ser contas de cristais-
e, ao dali sair, voltar JAMAIS.
L.L. Bcena, 29/03/2006
*Dia em que tive que reconstruir uma nova vida. Estava sozinho em um quarto, calabouço na mansão do vampiro, que me cevava como faz a cobra, esta parda furta-cor, cheia de manchas atestando sua periculosidade.
Aquela cela era o útero para nova vida.
Venci as cobras e ao vampiro.
Eu me reconstruí.
Valeu a luta!
POEMA 408 – CADERNO: LÍRIO AMARELO.