RECONSTRUÇÃO*

No ponto

-um ponto qualquer

-um simples ponto

-um ponto no canto

dos planos da parede do quarto

-calabouço-

-cala a boca-

Põe-se a observar

-uma observação qualquer

-uma simples observação

-uma observação por não

ter nada a fazer

-só pensar no delito-

-a pena de ali estar-

-como todo condenado, jurava inocência-

Para contar o conto,

ainda que um quarto

de todo canto.

-poderia ser um terço qualquer-

-um rosário de conta de lágrimas-

Já que se tem que refazer

As paredes de toda casa

De canto a canto

De conto a conto

De ponto a ponto

-poderia ser contas de cristais-

e, ao dali sair, voltar JAMAIS.

L.L. Bcena, 29/03/2006

*Dia em que tive que reconstruir uma nova vida. Estava sozinho em um quarto, calabouço na mansão do vampiro, que me cevava como faz a cobra, esta parda furta-cor, cheia de manchas atestando sua periculosidade.

Aquela cela era o útero para nova vida.

Venci as cobras e ao vampiro.

Eu me reconstruí.

Valeu a luta!

POEMA 408 – CADERNO: LÍRIO AMARELO.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 04/09/2011
Reeditado em 04/09/2011
Código do texto: T3200037
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