Tristes os que nunca amaram
Que importa dos outros o desdém?
Desses tantos que nunca sabem
O que é na vida um querer bem?
Desses que vivem, coitados,
Sem amar nunca ninguém?
Que importa as tantas zombarias?
Desses que se perdem nas palavras
E rezam soberbas heresias,
Se perdem no tempo sem viver
E juram ser verdade as fantasias?
Zombem quando grito que eu amo
Riam se choro amores que perdi
Zombem pelas dores que já sofri,
Um dia vocês estarão mortos
E eu, vivo, nos amores que vivi.