Fim da Mitologia
Mundos em desmundo
De dor temporã
Prometheus acorrentado
Sente todas as manhãs
A angústia, a dor
Da ave infame
Que rouba suas entranhas
Dia a dia, renegado dos deuses
Profeta do fogo
Maldito entre os povos
Que protegeu
Zeus do Olimpo
Sangra a terra
Com ódio infinito
Injusto descrente
Faz dos humanos
Pobres indigentes
Morra, pois não temos mais fé
Eles não têm mais fé
O mito se encerra
Não há mais Gaia
Não há mais mãe-terra
Morreram Poseidon, Ártemis e Atenas
Não há Tártaro ou Campos Elísios
Nem o carro de Apolo puxando o sol
Ninguém cultua mais a fartura no solstício
Simplesmente, não vale mais a pena
Acabou-se o mito
Acabaram-se os lampejos
Os versetos, os infinitos deuses
Nas infinitas terras, de infinitos poderes
Findaram no esquecimento, no ostracismo
Na modernidade, na ciência
Na demência filosófica
Na tenra essência do desmundo
Eterna tragédia
Eterna Odisséia
Parabéns Prometheus
Sua querida humanidade, venceu!