O QUE, MESMO?
Chamem os ventos, movam os moinhos
Clamem os nomes dos anjos santos
Roguem aos céus a misericórdia
Toquem os sinos aos quatro cantos
Chegou o dia não esperado
Eis que é hora da vil discórdia
Temo que parto antes do tempo
Trago lembranças da vã memória
É fato, real, mas inverossímil
Que nada ao acaso enfim se deu
Tudo que antes foi prometido
Já não importa e se perdeu
O que nos resta é algo fútil
Pouco e o resto do que sobrou
De algo sórdido e muito escondido
Que nunca claro se revelou
Rápido! Fujam bem sorrateiros
Não há mais tempo de se esconder
Desçam ladeiras, subam as montanhas
Nada mais há para se perder
E desde então corremos no tempo
Buscando um alvo pouco preciso
Desde o começo eu nem me lembro
O que nos fez sermos indecisos