O QUE, MESMO?

Chamem os ventos, movam os moinhos

Clamem os nomes dos anjos santos

Roguem aos céus a misericórdia

Toquem os sinos aos quatro cantos

Chegou o dia não esperado

Eis que é hora da vil discórdia

Temo que parto antes do tempo

Trago lembranças da vã memória

É fato, real, mas inverossímil

Que nada ao acaso enfim se deu

Tudo que antes foi prometido

Já não importa e se perdeu

O que nos resta é algo fútil

Pouco e o resto do que sobrou

De algo sórdido e muito escondido

Que nunca claro se revelou

Rápido! Fujam bem sorrateiros

Não há mais tempo de se esconder

Desçam ladeiras, subam as montanhas

Nada mais há para se perder

E desde então corremos no tempo

Buscando um alvo pouco preciso

Desde o começo eu nem me lembro

O que nos fez sermos indecisos

Franz Znarf
Enviado por Franz Znarf em 04/09/2011
Código do texto: T3199496
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