“ Sentidos...”
Na fluidez dos seis sentidos
Permiti-me abrir buscando entender
Os mistérios das naturais relações
Entre elas a mais instigante;
Pertinente à de Orquídea - Beija Flor
Num estado alternado de consciência
Deixei-me levar pelo devir fascinante
Na simbiose perfeita; colírio
Da cegueira à clara e ampla visão
Delírio achar que ali havia amorosa relação
Desejei despir humanas definições
Indo além do descritível
Corpo transcendido,sem órgãos
Mente em alívio...
Secretamente permeou-me pura essência
Na vertigem de cores em movimento
Inseri-me na atividade cósmica em profusão
Tornei-me por instante haste e sumo de Lírio
Entre o ser e o vir a ser desejei permanência
Em estado de graça, talvez, experimentei comunhão
Abelha ligeira levou-me a fomentar
Credo no retorno, primordial
Anseio de caminhante...
“Só Poeta, só Louco !” bradou Nietzsche
Doce demência!
À leitura de jardins deitei convívio
Na convivência humana há tamanha carência...
Talvez gotas de delírio nos faltem
E quem sabe nos curassem da
Dor da separação, ferida narcísica...
Elegemos utopias,ventura incurável!
Haverá esperança de reparar insana cisão
Produzida entre existência humana
E demais criaturas vivas ?
Em delirantes devires talvez,
Haja algum sentido...
http://vicamf.multiply.com/journal/item/338/338