Indecisão (II)

Não sei o que sinto...

sinceramente, não sei.

Não sei se mistura de ódio e vinho,

se indecisão de caminho,

só sei que não sei.

Não sei se voa com asas livres

esse sentimento que não reconheço...

não sei se ama,

não sei se inveja,

não sei se amedronta,

não sei se é...

Não sei o que sinto

e tenho medo por não saber...

que o sentimento destrói facilmente

uma alma qualquer.

Não sei se saudade, me sinto vazia,

não sei se ciúme, me vejo abalada,

não sei se vingança, estou indecisa,

não sei se ilusão, eu fico calada,

não sei se insegurança, medo ou paixão.

Porém, pode ser amor, então...

Melhor dar um tempo,

se ainda há tempo,

e deixar que o sentimento vá embora

e deixe o pensamento livre pra viver.

Vou embora,

vou sair dessa... dessa... palavra que não encontro,

pra nunca mais ter medo.

Medo... palavrinha mais triste...

tem olhos castanhos bem abertos,

me aparece com o cabelo caindo no rosto

e dentes cerrados;

passa ali, pela janela, sempre à noite

e não me deixa dormir.

Ele vem pra me lembrar

daquele sentimento que não sei...

me tortura, me tortura,

depois vai embora

deixando uma rosa branca morta

no meu travesseiro.

Preciso parar...

cada vez mais eu corro direto para

os braços da incerteza.

Tantas palavras malditas...

mas não vou mais escrevê-las.

Existe um poema que só

li duas vezes e não quero mais ler,

porque tenho medo de ver que, na verdade,

meu sentimento não é bom.

De qualquer forma fica sendo saudade,

e saudade de amizade...

e vou dar um jeito de esquecer, vou encontrar...

uma maneira de ir embora daqui.

Uma maneira de abraçar as constelações,

voar nas asas do vento,

para nunca mais... medo,

para sempre... ninguém mais... não sei.