((((::::POETA UM LOUCO::::))))
Ser doido é morrer vivendo pra além da verdade.
É tão feliz que nem na morte crê, que felicidade!
Há políticos, mendigos, filósofos...
De todos — há o poeta,
dos loucos (o mais intratável)
que não desiste e escreve versos.
Não gosto destes loucos!
(Torturados pela escuridão, pela morte?)
(Alucinados pelo amor, que nunca viveram?)
(Viver de certa utopia?)
Loucura minha
Gosto desta velha senhora
que ri, manso, pela rua, de felicidade.
A solidão é sempre húmus, e alma, é a solidão.
E venta mudo UM susto do grito, ainda suspenso
do nome que vai ser sua prisão pensada
— Que, por dentro da sombra, nomeia
de cada VERSO-CORPO a loucura sagrada.
Livre não sou, que nem a própria vida
mas quero a liberdade.
Trago-a dentro de mim como um destino.
Que me desdigam o sonho, esse desatino!
A cada poema entre nenúfares de serenidade
Sorrio — Depois de ter sangrado a lua!
Choro — Depois de ter beijado o sol!