((((::::POETA UM LOUCO::::))))

Ser doido é morrer vivendo pra além da verdade.

É tão feliz que nem na morte crê, que felicidade!

Há políticos, mendigos, filósofos...

De todos — há o poeta,

dos loucos (o mais intratável)

que não desiste e escreve versos.

Não gosto destes loucos!

(Torturados pela escuridão, pela morte?)

(Alucinados pelo amor, que nunca viveram?)

(Viver de certa utopia?)

Loucura minha

Gosto desta velha senhora

que ri, manso, pela rua, de felicidade.

A solidão é sempre húmus, e alma, é a solidão.

E venta mudo UM susto do grito, ainda suspenso

do nome que vai ser sua prisão pensada

— Que, por dentro da sombra, nomeia

de cada VERSO-CORPO a loucura sagrada.

Livre não sou, que nem a própria vida

mas quero a liberdade.

Trago-a dentro de mim como um destino.

Que me desdigam o sonho, esse desatino!

A cada poema entre nenúfares de serenidade

Sorrio — Depois de ter sangrado a lua!

Choro — Depois de ter beijado o sol!

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 31/08/2011
Código do texto: T3193709
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