Estalactite

Souvenir de mim mesmo.

O que eu fui, era volátil.

O que eu sou...

Sublimou e agora é sólido.

Mas não é cristal, com sua perfeita harmonia.

É Estalactite.

Assim, por acaso,

Solidificou porque quis,

Sem forma, sem jeito,

Sem pra que nem por que

O que eu fui era termolábel, fotosensível,

Instavel, reativo.

E o que sou, é inerte, completo, rarefeito,

Que eu aprendi a não admirar, a não ter.

Então eu não me tenho.

Ou pelo menos não queria me ter.

E seu eu prefiro o de antes?

Não sei...

Mas cultivo meus sovenir, em secreto.

E quando alguém chega, acendo a luz.