Sem hora Cessará
Doce senhora,
Vejo no porvir
Novo respirar da aurora
Sinto o cheiro da chuva
E o peso do que outrora
Me reafirmou a certeza
De que é preciso partir,
É chegada esta hora
Sim, preciso ir embora
Mas saiba que agora
Não lhe posso mentir
Não me vire o rosto,
Não me trate com desgosto
Pois sei que precisa me ouvir
Em breve o trem partirá
E o sorriso contido
No silêncio pesará
O olhar reprimido
Na solidão, timidamente,
anunciará
Que o amor
- este anjo incompreendido -
Tão violentado,
diariamente oprimido
Por fim morrerá
E então, Senhora
Sem hora
Sua dor cessará