Sem hora Cessará

Doce senhora,

Vejo no porvir

Novo respirar da aurora

Sinto o cheiro da chuva

E o peso do que outrora

Me reafirmou a certeza

De que é preciso partir,

É chegada esta hora

Sim, preciso ir embora

Mas saiba que agora

Não lhe posso mentir

Não me vire o rosto,

Não me trate com desgosto

Pois sei que precisa me ouvir

Em breve o trem partirá

E o sorriso contido

No silêncio pesará

O olhar reprimido

Na solidão, timidamente,

anunciará

Que o amor

- este anjo incompreendido -

Tão violentado,

diariamente oprimido

Por fim morrerá

E então, Senhora

Sem hora

Sua dor cessará

Lucas Sidrim
Enviado por Lucas Sidrim em 31/08/2011
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