Minha poesia corre risco de morte
zombando de uma vida que nunca lhe pertenceu.
Por isso escrevo, sempre pensando ser a última gota,
e detalho,
o espanto é que une os versos.
Costurando com linha de lágrimas,
confecciono retalho.
Gasto horas numa costura desnecessária,
diária ilusão de quem ainda vive um poema
que ainda não foi criado...
E me embriaga
alucinando a imaginação
na escuridão desse dia
que já nasceu tão lavado...