Viagem
A franja cobria meus olhos
e eu me vestia de rosa
ouvia vozes ao longe
e a viagem era tão vagarosa...
eu te via no vidro de trás
moravas do outro lado
a noite era sempre um mistério
o céu nem sempre estrelado...
crescias em mim à distância
no reflexo inclinado
numa constante alternância
ora aceso ora apagado...
havia uma cumplicidade
na nossa duplicidade
tu eras meu lado de dentro
dormindo sempre ao relento
eu era o teu lado de fora
viajando rumo ao centro...