Sobre um só anoitecer...
Oh, humano ser,
Como imagina-te ser,
Humano?
Preso entre algumas poucas
Dezenas de anos,
E o que fazes?
Fazes poesia...
Com poesia fazes o
Ser
Anoitece, vejo pela janela
E aqueles últimos raios de sol
Brilham sobre as pessoas que
Vão sem se dar conta de que
São pó, poeira das estrelas
Alguns já falaram...
“Tolices”, diz-me meu lado fantasioso,
Aquele que me faz me afogar em risos
E em beber e em tragar a alegria
Fumar e baforar a esperança
Que se esvai...
Cada dia que passa...
E o relógio conta as horas,
Horas-dias-horas-passam
Horas-dias-horas-passam
Num vaguevaguear de um pêndulo
Hoje inexistente...(relógios modernos)
E o mesmo anoitecer sobre
As mesmas pessoas....