SERTANEJO
Trabalhando de sol a sol
Num roçado sem garantia
Para encher o seu paiol
De feijão, milho e melancia.
Mas a chuva ainda não veio
E a seca é de dá dó.
Para alimentar o seu anseio
Planta a semente no pó.
A despensa está vazia
A comida já acabou.
Foge do peito a alegria,
O açude também secou.
Tudo é cinza na rocinha
A seca vil tudo consome.
E no terreiro da casinha
Poucas galinhas com fome.
A mulher reza no cantinho,
As crianças choram sua dor.
O sertanejo depena passarinho
Para sustentar o seu amor.