LUTA MATINAL
Amanhecendo,
o quarto entre claro e escuro tinge-se
de cinzas
(do fogão à lenha dos idos e findos de infância)
seria o calor e o vício da noite dormida
o olho meio aberto e meio fechado,
está remelento
queria ficar cerrado
como ventas de uma casa abandonada
(entregue a si mesma)
as coisas tomam formas estranhas
-surreais-
continuação de sonhos
liberados pelo inconsciente
-nem divã
divisaria signos
os pensamentos querem se fazer
-confusos-
ainda não são reais, só plasmas
Enquanto o dia,
a cada segundo,
se impõe à noite,
meu corpo reluta:
quer continuar o sono
a responsabilidade se manifesta
chama-me as obrigações
-o fogaréu me queima
cochilo, acordo, cochilo, acordo
RELUTO
Abro o olho de uma só vez
E em um salto me ponho em pé
O SOL em um só tom invade o cômodo
A realidade vence os sonhos!
L.L. Bcena, 31/01/2000
POEMA 342 – CADERNO: ROSA VERMELHA.