LUTA MATINAL

Amanhecendo,

o quarto entre claro e escuro tinge-se

de cinzas

(do fogão à lenha dos idos e findos de infância)

seria o calor e o vício da noite dormida

o olho meio aberto e meio fechado,

está remelento

queria ficar cerrado

como ventas de uma casa abandonada

(entregue a si mesma)

as coisas tomam formas estranhas

-surreais-

continuação de sonhos

liberados pelo inconsciente

-nem divã

divisaria signos

os pensamentos querem se fazer

-confusos-

ainda não são reais, só plasmas

Enquanto o dia,

a cada segundo,

se impõe à noite,

meu corpo reluta:

quer continuar o sono

a responsabilidade se manifesta

chama-me as obrigações

-o fogaréu me queima

cochilo, acordo, cochilo, acordo

RELUTO

Abro o olho de uma só vez

E em um salto me ponho em pé

O SOL em um só tom invade o cômodo

A realidade vence os sonhos!

L.L. Bcena, 31/01/2000

POEMA 342 – CADERNO: ROSA VERMELHA.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 30/08/2011
Código do texto: T3190658
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