Aos Olhos
Aos olhos o sol de ventos,
Aos olhos o poema ardente,
A estrela apagada que baila no deserto.
Aos olhos do menino cego,
Que jamais pode provar de alguma outra cor.
Aos olhos a vertigem
De quem chorou a vida esquecida dos que já se entregaram
Antes do sol do meio dia.
Como o jovem sentado a praça
Com seu jornal de ontem esperando a velhice chegar.
Quando as nuvens se tornam cinzas
E a solidão preenche as lacunas do tempo,
Todos somos poetas falando da chuva
E das coisas em que geralmente nem pensaríamos,
Mas nesses momentos de neblina de ideais fúteis,
Que vemos que nossa visão
Apenas nos deixa mais cegos.