POESIA DOS ANJOS MADRUGADA

Belo encantar de doçura

Neste céu de madrugada

Vendo as ondas espraiadas

Uma doçura no ar impregnando

As gotas que instilam

Como brilhos cintilantes

Das rosas orvalhadas...

Desfolhando estrelas

Com o verbo a jorrar

A infinitude do tempo

A se declarar por tua boca

Que não cansa de beijar...

A entrega cega

Que nega a luz que beija

Por tanto pranto derramar

As estrelas acende-as no céu

Enegrecido dando-lhe a seiva

Como a abelha dá o mel

Pensamentos e encostas

Quanto clarão na noite exposta em sedução

De rimas e palavras soltas sem revoltas...

Como a escuridão sem o clarão da lua

Asas que voam trazendo tua pele nua

Tua verdade crua teu gemido

Que no ar alado flutua...

Pra percepção acurada

As estrelas são suturações

Já curadas e cicatrizadas da escuridão

Verbos que te conduzem

Como as mãos quando oram

Como que absorvendo

Parte do infinito

Jardim das estrelas

Que vão sendo riscadas e acesas

Pelas mãos de um anjo

E quando chega o dia

De se terminar a poesia infinda

Outros anjos querubins

Vão as estrelas assoprando

Pra raiar a estrela maior

O sol que dizima a escura divagação!

Do amor maior sua constelação!

Que fica dentro do coração

De sua alma geminada

Sua eterna paixão...