CHEIRO DE ESTERCO

O cheiro do estrume,

Das vacas pastando no campo,

Pra minha alma é um alento

Para o meu corpo, um encanto.

Quando vejo, no campo, a lida

Minha memória se solta feliz

Tenho logo lembranças queridas

De coisas que eu nunca fiz.

Como ter lembranças felizes,

Campeiras e do canto do colibri?

Como posso lembrar esta vida

Se eu nunca vivi ali?

São tão reais as imagens

E alegria é tão sincera,

Me parece até uma viagem

Que faço para outra era!

Minha alma se enche de júbilo

Pulsa alegre meu coração.

Será que foi outra vida

De uma feliz encarnação?

HAMILTON SANTOS
Enviado por HAMILTON SANTOS em 15/12/2006
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