GAIVOTA FACEIRA
Gaivota que vives na praia,
Que nem uma moça de saia.
Imponente, bela e brejeira
Desfilando garbosa e faceira.
Gaivota pareces está esperando
Alguma coisa que te prometeram,
Enquanto esperas ficas disfarçando
Matando a fome e a areia bicando.
Vez por outra perdes a paciência
E voas rápido para outro lugar.
Mas logo retomas a consciência
Pousas de novo, voltas a esperar.
Gaivota és igual a minha vida
Que, parecendo tão amiga e fraterna,
Alterna calmas e brigas:
Desarmonias de causas incertas.