Às vezes não sei...
Não sei dos horrores que às vezes me incomodam,
e das palavras que às vezes penso em dizer,
mas que se escondem em suspiros tão longos e distantes...
Não sei dos poemas que gargarejam dentro de mim,
pedindo para sair em liberdade
e que engulo com vontade, à base de muitos calmantes...
Não sei dessas rimas escandalosas que afogueiam minha face,
ousadas e deslizantes, em arrepios quentes e lambidos
que ferem suavemente as pétalas da minha poesia...
Nada sei, mesmo que queira sentir esses versos
escorrendo em anseios pelos meus dedos
escondendo os seus segredos dentro da noite do mesmo dia...
Eu sou curiosa como toda mulher,
não nego,
mas se tratando de poesia,
quando não sei me entrego
e sossego...