Sobre Tudo e Nada
Nuvens sombrias pairam no horizonte
Ir, vir, falar, calar. Sorrir, chorar, viver morrer,
Que diferença há?
A vida passa, rotineiramente, bestialmente,
Sem me pedir licença ou permissão
Tudo está sempre em seu divido lugar:
O café está sempre à mesa, as gentes sempre indo trabalhar,
As caras são sempre as mesmas, todos os dias, não mudam sequer para o “bom-dia”.
Mas eis que algo está fora de lugar, fora de contexto.
O que será? Me pergunto. Será a ousadia de ver o invisível?
Será a pretensão de querer ver tudo diferente?
Difícil dizer, nuvens sombrias também pairam no fronte.
Porém, essas nuvens sinistras não impedem de sentir,
De sentir uma prisão sem grades,
De sentir uma uma vontade de liberdade,
Vontade que entra em conflito com a limitação de caráter, de personalidade.
Não impedem de sentir que um choro quer sair garganta a fora
Para irrigar com lágrimas a face e quiça, nela brote um sorriso.