Frente à minha inimiga

Chegará o dia em que a encontrarei frente a frente
Direi a ela tudo que penso
Todas as mágoas ela receberá de mim
Tanto que fez inundar meu peito

Quero saber se não tem casa e por isso destrói lares
Se é por ser só que arranca amigos
Se é por ser estéril que leva os rebentos
Se é por ser órfã que tira os pais

Um dia reclamarei cada um dos que me foram levados
Prestará conta de todos os meus ais
Retirarei dela a foice e o manto
E ver-lhe-ei coitada derramar o pranto

Certamente nunca recebeu do outro calor
Por isso torna a todos pedras frias
Em tudo acha brecha
Na fome, na seca, na gula, na velocidade, numa parada

Para ela não há má hora
Sempre pode ir levando o que não lhe pertence
Frente a ela, ouvirá de mim
Todos os meus insultos.

*** Pedra
Pela saudade de todos que a morte arrancou-me, em especial, pela eterna saudade de meu amado irmão, levado a 26 de agosto de 2010.
Ao meu "Tutti".
André Fernandes e Pedra Mateus
Enviado por André Fernandes e Pedra Mateus em 26/08/2011
Reeditado em 26/08/2011
Código do texto: T3184194
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