Arrastão
“Vermelhô, vermelhô” – ouve-se o grito
Do olheiro do mar, mar vasto e azul
A tarde se alarma, na praia o agito
De gente morena, de gente do Sul
O barco de pesca desliza nos troncos
Em cantos e brados desdobram a rede
Afrontam as ondas os homens já prontos Confinam os peixes na extensa parede
A água pulula de áureos lampejos
No céu as gaivotas circulam voejos
Mergulham certeiras no bolo das linhas
A rede na areia expõe o malfeito
Privadas do mar que lhes é de direito
Falecem ao sol paratis e tainhas
Garopaba, Dezembro de 2003