JAMBO....

Essa tua língua escrita sem retoques.....entre badulaques e quiosques...circulando pela abertura que escondo no mais profundo do meu toque...Rosa choque...Essa tua pausa em discurso silencioso que canto, insulto, tumultuo pelo gosto e desgosto de ti saber tão próximo e distante do meu corpo...Esse teu olhar duplicado que origina a revolução do meu desejo e da minha sina....autenticada pela promessa do encontro e da despedida....Tanto me despeço....Tanto que te impeço....Tanto que por ti eu peco...de olhos fechados...como neblina.....Devoro a tua paz em quartos de poeiras e de cinzas...Recolho o teu pensamento...invado tua retina....Por ti sal....onda...pressão...erupção....aborto....tormenta..chá...geléia de pimenta...pinha.....estricnina... sonho...quermesse... querela... rosa amarela...desvario....e propina...Essa tua boca que cambaleia pela sílaba estreita da minha veia...Punhos de sol e de sombras de velhas aldeias....Incendeias como um fósforo que não se apagou no chão de terra batido.... Disseste-me, querido,que teu amor era tão bandido?...que roubavas....que ladravas...que inventavas tantas estradas... reinventavas minhas mulheres todas amaldiçoadas...Atalha-me...retalha-me sem nem titubear pela próxima parada....Quando parar adestro-me...Encalho-me.....nesses teus braços que são lutas diárias....arengas na minha pele... moringas no meu corpo.....morangos na minha boca.... morsegas nas minhas ancas...morenas nas minhas cintas....Sintas o diadema de estrelas que por ti cintila....chove escurece estremece e brilha...Esse colar de colar o rosto que encosto e sussurro no teu pescoço....adere....minha proposta de todos os males eu sofro....em pele e osso.....beijo onomatopáico.....verdadeiro colosso....Ah esse teu ar de me triturar e de me tirar do sério... esse teu olhar de esguelha e de impropério.....como se fosse chuva forte e tortuosa de agosto....capoto...estre....meço....adoeço..fraturo.... Ah,esse meu nervo exposto...Ah essa dúvida em nudez de avental...de pausa musical... de disco arranhado...de estado terminal....de veículo seminal.....ador...meço...fito....fico...figo...fogo...anjo porno gráfico...torto...Ah esse amor seletivo que sai da medida que por tanto mistério...endemoniada soletro e cavo...Acato..desacato...cato...ato... por puro destrato altero....Bem me queres meu bem? te quero bem mastigado...Em gula...engula da minha boca meu amor indigesto febril e analfabeto...festejo ...sou percevejo no teu estômago e no teu âmago disparatada...atada a teus prazeres e teus pressupostos....Priorizo tua presença....Minha fé menina pula corda na tua vida....Ah essa afta...essa brotoeja...essa ferida... Esse Guesa errante sem Souzândrade... sem lenço...sem documento...sem despedida...derrapante e delirante...que rompe a língua portuguesa arcaica....catolaica?....que por ti é mel, fel,crença, descrença, esteira e cabaça....Bate a porta...sangra a aorta... esganiça e entorta..."Nus" internamos....coquetelamos nossas apostas...Com gelo meu bem....derretemos predispostos....por todos os cantos...por todos os santos...por todos os elementos que alquímicos solidificamos.....Ah esse barulho de boca ...que fica escondido na tua roupa....Envias meu bem a tua voz eqüalizadamente rouca....Jus ....saro roxa roxa roxa no teu amor que favo frevo fervo vejo aporrinho e almejo..Despacho.. sou índia macumbeira rendeira fiandeira feiticeira panela de barro e tacho...

Perco-me...acho-te...Xexeira que sou não pago...Penhoro minha alma de chambre ....Pelo teu amor ....hecatombe.....Tomo..tombo.... como...jambo...arrombo.... em alentejano eu amo...desmaio e calo....

"O amor é para ser vivido como uma página aberta e/ou desejo repleto de possibilidades na branca cama do linossigno, dicionário das probabilidades.(....) Quem não souber ler signos e dissecá-los sem perplexidade jamais compreenderá profundamente o significante do significado do amor: mensagem interceptada pelo dilúvio(....) O amor é para ser amado como lua-de-mel da especialidade...viagem de férias da realidade..carta de colagens dos sentidos essenciais....(L.A.Cassas)

Izabella Gamellas
Enviado por Izabella Gamellas em 07/07/2005
Reeditado em 27/08/2006
Código do texto: T31840