SUBMUNDO
Há dias que o sol não aparece
A lua de repente enlouquece
Assombra-me o firmamento
Sem estrelas
Um tormento.
Hoje não quero sentir o ar
Um sonho talvez, não respirar
Cala-se a vida, o coração
Sem sonhos
Uma desilusão.
Um céu escuro de dia
Chuva sem nuvens, nada alivia
Incertezas de um novo tempo
Sem surpresas
Um desalento.
Nada se enxerga ao longe
Caminho escuro, para onde?
Vidas trancadas, a vagar
Sem destino
Um penar.
Carregando peso, morto, inerte
Vida e morte, um em outro se reverte
Submundo da existência
Sem sentido
Uma essência.