Alma

Alma, por onde irás andar

Assim que o meu corpo frio

Se despedir de ti na tarde

Confusa tarde da separação?

Levarás alguma coisa cultivada

Dos meus jardins descuidados?

Nos abraçaremos novamente

Para outros carnavais?

Permitirás que um pouco

Da minha matéria te acompanhe

E que se rompa o silencio das coisas

Pelo que fomos?

Impossivel desvencilhar

A minha mágica

Das tuas mãos redondas

Cheias de universos!

Precisamos um do outro

No próximo espetáculo

Aproveita a sobra da matéria

Etérea e profana

Encerremos esta peça lírica

E vamos viajar pelos lugares

Representando bons e maus atores

Nos teatros desconhecidos da eternidade