OLHA O MOTE!!! POESIA COLETIVA
"Aqui está minha vida.
Esta areia tão clara com desenhos de andar
dedicados ao vento.
Aqui está minha voz,
esta concha vazia, sombra de som
curtindo seu próprio lamento..."
Cecília Meireles
Aqui está meu ser,
Perdido nas águas do imenso mar
Oceano desconhecido a navegar
Aqui está meu dizer,
Palavra esquecida de falar
Desejo imenso de gritar...
Atanágoras Sena ( São Paulo)
Aqui está meu escrito,
Esta página marcada pelo grito,
desenhando rota.
Aqui está meu desabafo,
navegando raso
em terra remota.
Silvia Trevisani ( Campinas )
E esta areia tão clara
tomada sem licença
e com ajuda desta concha
colocada numa ampulheta
que conta implacável o tempo
os dias, anos, semanas
Guilherme Coutinho Tomaz ( Campinas)
Aqui está minha vida
Com muitas coisas a fazer...
Tarefas cumpridas
Eu era barro teimoso
Fui me moldando
Me superando
Me esculpindo
Existindo... Resistindo
Arlete Trentini ( Gaspar-SC )
Aqui está a minha esperança
esta casa que me abriga e te acolhe.....
Neusa Doretto ( Campinas)
Aqui está meu mundo,
derradeiro, morimbundo.
Aqui está meu afã,
esgotado de mim.
Um adeus!!!
Teresa Azevedo ( Campinas )
Joguei minha existência nas águas.
Na concha pude ouvir...
Sinos tocam, fundo do mar.
Correntezas levam...
Voltam em sussurros, latente.
Ondas que batem na areia...
Silenciados tesouros !
Ana Lago de Luz ( Rio de Janeiro )
Aqui está o meu mapa lúdico
palavras singelas jogadas ao vento,
livres sons e sentimento.
Sou uma ave resssonante,
voz lunar em síntese e contentamento.
Alberto Araújo ( Piauí )
Pé descalço,
caminhava pela areia.
O sol pairando no céu.
Olhava de um lado para outro
a procura...
Tudo estava vazio,marcando o tempo,
da ausência que ficou.
Yvi Brasil ( Campinas)
Aqui, onde já fui ventania
e hoje me vejo mansidão
Aqui, onde ainda faço parte de mim
sendo a luz que irradia um olhar
Sendo o tempo que foge sereno,
sendo Eu, Este, Aquele
Sem deixar de ainda sermos Nós...
Charlyane Mirielle ( Londrina )
Leve-a é sua, não a machuque,
É muito frágil, mas grandiosa.........
Magda Pinheiro ( Campinas )
Aqui estou eu,
Translúcido como a água
Transitando em mundos fora de mim
Avistando o cais ao longe
e nadando com tudo para logo chegar
Aqui estou eu, lutando,
com a mente sempre em foco
para a vitória alcançar.
Márcio Martelli ( Jundiaí )
E sob areia alvissima,
Deixo minhas pegadas ...
O vento sopra de mansinho...
Como cantiga... numa concha fosse...
Minha voz ecoa baixinho...
... ninando meus passos e sonhos!
Betina Marcondes ( São Paulo )
Aqui está minha vida
Esta sombra tão fria sem luz a ocultar
saltitados de tempo.
Aqui está uma foz
esta mágoa baldia bebendo ilusão
envolta em seu próprio rebento.
Delmo Biuford ( São Paulo )
Feito grão de areia perdido
entre os pares,
esgueiro-me entre ondas
neste mar de ilusão.
Andrade Jorge ( Diadema )
Aqui está o meu sentimento,
Este mundo de sensações a se expressar
e me fazer enxergar por dentro.
Aqui estão os meus olhos,
Estas objetivas que captam e tem o dom
de apreender imagens com abrangimento.
Rosana Nóbrega ( São Paulo )
Aqui está minha veia.
Esta que jorra sangue ao te deixar
sem um ponto ao menos.
Isso foi o que sobrou de nós,
esta pele seca, escamas de amor
limão, vinagre e orégano
End Fernandes ( São Paulo )
Eis aqui as marcas
romanescas de meus devaneios.
Tão etéreos, tão livres,
amantes, aéreos...
Sulcando a estrada íngreme
de minhas andanças.
Eis a fronha embebida,
das lágrimas acirradadas,
que contam absortas,
a minuta da minha vida...
Glória Salles ( São Paulo )
Aqui está meu punhal.
Faca cravada no peito, espinho de doer
sem direito a lamento.
Aqui está meu querer,
este coração vazio, que sobrou sem cor,
sem amor, só sofrimento.
Angela Ramalho ( Nova Esperança - PR )
SILVIA TREVISANI e http://portadopoetabrasileiro.blogspot.com/2011/08/olha-o-mote-poesia-coletiva.html#comment-form
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