DE PIPAS E POEMAS
DE PIPAS E POEMAS
Poemas são como pipas
Flutuando em céu aberto.
E suas linhas invisíveis
Se prendem em mãos sensíveis
Que jamais cair os deixarão.
Por vezes os entrevemos
Por entre claras nuvens
Onde se revelam,
Mas nunca por inteiro
Pois não se esgota a criação.
Entre nuvens escuras,
Lá escrevem as entrelinhas.
Despejam gotas de versos
Que chegam bem de mansinho
Em todo atento coração.
Ah, quem me dera
Poder tal vôo alçar
E pelo infinito versejar!
Mas minhas palavras são pedras
E,como tais, ficam no chão.
E quando chega a noite
Recolhem-se a seus sonhos
Ou se banham de luar.
Intimamente amam as estrelas
E os astros da imensidão.
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