Pêlos Fictícios!

Olhar de cão danado, rasgos & frestas,

Mudanças para costumes caseiros,

Variações mais perenes do que tudo,

Mira, cheiros campestres esquecidos,

Toda tinta que vai pelas paredes abertas,

Sangra a água pela vala mais inútil,

Pouco se aproveita dos últimos anos,

A redoma foi tirada finalmente, lágrimas,

Possante destino represado pelo tempo,

Tempo demais para criar mais mudanças,

Do vigor envelhecido, restam boas notas,

Ainda maneja o lápis com certa destreza,

Só não suplanta as rugas que permeiam a tez,

Fios comedidos agora se multiplicam brancos,

Muita banana para evitar tantas câimbras,

Vê o tempo com mais parcimônia,

Tanto que enxerga a preguiça generalizada,

Mal aliada com a má vontade geral...

Lobo soturno sempre na espreita, pois ainda morde,

A fome de viver está mais insaciável ainda,

Nada mais lamenta, pois fez o que podia,

Daquilo que não, talvez nem mesmo pudesse,

Aproveitou todas as brechas de que dispunha,

E foi muito além da lenda concebida, bem foi,

Olha os passantes anos com alegre nostalgia,

Mas se admira com tudo que anda a criar,

Até as confusões foram bem articuladas,

Uma marca das boas, boas histórias...

Tantos papéis ainda a serem preenchidos,

Como vinho, vai ganhando corpo & textura!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 14/12/2006
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