Olhar
Meus olhos penetram a noite
Culminados de silêncio,
O ventre noturno faz-se no céu
Em sua mais feérica aparição
Os olhos seguem adiante
Destorcidos no espaço e
Contrastados na face
Atravessam toda a extensão do invisível
Veem-se no espelho de outros olhos
E num piscar deixam prender-se
No sorriso de alguém
O céu está mais estrelado
Que a mangueira repleta de mangas
Com desconhecidos
Pegando mangas maduras
O pensamento caiu
Ninguém o viu
E os olhos continuam
Noite adentro no pensamento